segunda-feira, 5 de novembro de 2012

"Primavera do Samba" IV

Neste momento, o processo do Grupo Teatro da Laje para a montagem de seu novo espetáculo “Primavera do Samba” (nome provisório) reúne os dez integrantes do elenco, Marcus Galiña, um amigo do grupo que foi convidado para fazer a dramaturgia, e os moradores da comunidade que estão fornecendo informações sobre o evento. Para este levantamento de dados e estudos o Grupo está focado em leituras de textos que falam da Festa da Penha e na promoção de palestras sobre o assunto. Ao mesmo tempo, realiza entrevistas com antigos moradores da região, faz uma ampla pesquisa de acervo fotográfico e o levantamento de músicas que têm a festa como tema. E para quem já quiser entrar no clima do futuro espetáculo, o diretor Veríssimo Júnior sugere uma visita ao museu da Venerável Irmandade da Penha, próximo ao Santuário; uma conversa com antigos moradores do bairro, testemunhas vivas do período áureo da festa; ouvir músicas como "A Padroeira", de Rachado, cantada por Beth Carvalho; "Meu Barracão", "De qualquer maneira" e "Feitio de Oração", de Noel Rosa; "Baião da Penha", de Davi Nasser e Guio de Moraes; "Festa da Penha", de Cartola... 
Se você quiser colaborar com o grupo dando dicas e informações, envie um e-mail para grupoteatrodalaje@grupoteatrodalaje.com.br) e verissimojunior@hotmail.com.

"Primavera do Samba" III

Em seu novo espetáculo Primavera do Samba (nome provisório) Veríssimo e seu Grupo Teatro da Laje pretendem abordar as relações tensas e ambíguas entre o sagrado e o profano. Baseados no estudo da professora Rachel Soihet, o grupo pretende tratar a festa popular não como a veem muitos estudiosos: válvula de escape para as tensões do cotidiano, permitida, controlada e estimulada pelos grupos dominantes; recurso utilizado pelo poder para manipular e reforçar a ordem vigente, capitalizando em proveito próprio os excessos nela manifestados. Ao invés disso, pretendem abordar a complexidade dessa forma de expressão, de grande riqueza para o descortínio das atitudes, valores e comportamentos dos diversos grupos sociais, a festa como uma via de acesso a uma realidade mais profunda e, de outra forma, inatingível. “Queremos, enfim, mostrar a festa como o lugar onde o solene e o cômico, o humor e o rito religioso, o sagrado e o profano convivem”, afirma Veríssimo.

"Primavera do Samba" II

O Grupo Teatro da Laje nasceu e desenvolve suas atividades na favela da Vila Cruzeiro, localizada no bairro carioca da Penha. Desde janeiro de 2003, desenvolve uma pesquisa artística voltada para a reflexão crítica sobre o cotidiano dos moradores das favelas do Rio de Janeiro. O eixo da pesquisa de linguagem desenvolvida pelo grupo é a valorização das manifestações artísticas e culturais da comunidade, promovendo seu diálogo com a chamada cultura erudita e identificando semelhanças entre temas de seu cotidiano e aqueles presentes em clássicos da dramaturgia universal. A origem do grupo está ligada às aulas de Artes Cênicas que, desde 1999, compõem a grade curricular da Escola Municipal Leonor Coelho Pereira, situada na entrada da favela. O nome do grupo resgata o início de sua trajetória, quando as lajes dos barracos da favela serviam de locais de ensaio e celebra o espaço da laje como instituição cultural das favelas cariocas.

"Primavera do Samba" I

O Grupo Teatro da Laje, coordenado por Verissimo Junior, está em processo de montagem de seu novo espetáculo. O título provisório do projeto é “Primavera do Samba, Quem não vem é porque mora longe...”. Com esse trabalho, grupo pretende abordar a Festa da Penha e sua importância como maior manifestação popular do Rio de Janeiro depois do carnaval. Veríssimo é ator, arte-educador, mestre e doutorando em educação.

"Esta Criança" VI

Joël Pommerat começou a escrever aos 23 anos e aos 27 teve seu primeiro texto teatral premiado. Em 1990, criou a Cia Louis Brouillard, na qual trabalha há anos com o mesmo time de atores e persegue a meta de uma montagem por ano, durante 40 anos – sempre atuando na escrita e na direção de suas peças. Seus espetáculos renderam o prêmio de Literatura Dramática Francesa, três Molières, sendo um deles o de Melhor Autor Francofônico Vivo, além de várias indicações ao Molière em diversas categorias. Possui dezenas de publicações, atualmente é artista associado no Odéon-Théâtre de l’Europe e no Teatro Nacional da Bélgica. O primeiro passeio cultural “oficial” do Presidente François Hollande foi para assistir a um espetáculo de Joël Pommerat.  “Nada é mais bonito, eu acho, do que o equilíbrio precário”. Esta frase do dramaturgo e diretor francês Joël Pommerat mostra, em grandeza e detalhe, o vigor e a delicadeza que se evidenciam em sua escritura improvável e em suas encenações. Com textos montados em vários países, aos 49 anos, Pommerat representa uma referência não somente para a dramaturgia francesa, como também para o teatro mundial: com paciência e minúcia, ilumina momentos críticos de situações do cotidiano, tão profundos e significativos à biografia de uma pessoa, como universais na vida do homem contemporâneo. Ao destacar estes fragmentos de existência, o autor preserva o que neles há de mistério e igualmente destaca o que trazem de certeza – um jogo que se traduz em leveza e concretude, gestos e ausência, sombra e luz. A escritura de Joël Pommerat ocupa-se das relações humanas, sociais, familiares, manifestas na atualidade, filhas deste tempo em que vivemos, mas, ao contrário de “contar histórias” ou explicar a “moral” delas, direciona seu foco para a forma de comunicá-las: empenha-se, na verdade, em revelar a intensidade de um instante, não a representação de um instante, mas a realidade pungente de um instante que se insinua por entrelinhas de ação e fala, inação e silêncio, momentos capazes de reportar a uma vida inteira. Como o próprio autor comenta: “O teatro é a minha possibilidade de captar o real e de dar ao real um alto grau de intensidade e força. Eu busco o real”.

“Esta Criança” - De 03/11/2012  a 27/1/2013 - Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) - RJ - Quarta a domingo, 19 horas - Ingressos: R$ 6  e R$ 3 - Classificação: 16 anos Duração: 90 min
Informações da Factoria Comunicação a partir de texto de Ana Luiza Accioly Pereira

"Esta Criança" V

A Companhia Brasileira de Teatro foi criada em 1999, em Curitiba, por Marcio Abreu, ator, diretor e dramaturgo, tendo também como integrantes Nadja Naira, iluminadora, diretora e atriz, e Giovana Soar, atriz, tradutora e diretora, além de outros profissionais associados. É considerada pela crítica especializada como uma das mais consistentes companhias do país, responsável por montagens marcantes para a história recente da dramaturgia e da encenação teatral brasileiras. Nesses 12 anos, a CBT expandiu as temporadas de seus espetáculos pelo território nacional e, hoje, é considerada uma das companhias teatrais mais consistentes do país. Sua atuação se dá em três vetores: a criação de dramaturgia original, a releitura de clássicos e a encenação e tradução de dramaturgia contemporânea inédita, como é o caso, da montagem de Cet Enfant, de Joël Pommerat. A Companhia Brasileira de Teatro possui várias premiações, entre as quais, estão o Prêmio Governador do Estado do Paraná – Troféu Gralha Azul (melhor atriz) e a indicação da Folha de São Paulo como Melhor Espetáculo do Festival de Teatro de Curitiba para Volta ao dia...; mais uma indicação da Folha de São Paulo como um dos três melhores espetáculo do Festival de Teatro de Curitiba para Suíte 1; Melhor Espetáculo do Ano no 6º Bravo! Bradesco Prime de Cultura, Troféu Gralha Azul em cinco categorias (espetáculo, texto, direção, ator e ator coadjuvante), Troféu Epidauro, do Consulado da Grécia e três indicações ao Prêmio Shell para Vida, e os Prêmios Shell e Questão de Crítica (melhor ator) para o espetáculo Oxigênio.

“Esta Criança” - De 03/11/2012  a 27/1/2013 - Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) - RJ - Quarta a domingo, 19 horas - Ingressos: R$ 6  e R$ 3 - Classificação: 16 anos Duração: 90 min
Informações da Factoria Comunicação a partir de texto de Ana Luiza Accioly Pereira

"Esta Criança" IV

Em 2010, Marcio e Giovana assistiram, em Paris, à Cercles/Fictions, de autoria e direção de Pommerat, quando tiveram contato com Anne, codiretora da Companhia Louis Brouillar. Este ano, estiveram, com Renata, na cidade de Bruxelas, onde puderam assistir à Ma Chambre Froide, ocasião especial em que conheceram o próprio Joël Pommerat e puderam conversar pessoalmente com ele. De volta ao Brasil, a equipe, agora completa, com Nadja, Ranieri e Edson, partiu para estudos e leituras e, em seguida, realizou uma série de leituras dramáticas no Teatro Glaúcio Gil, em Copacabana, com diferentes textos do autor. “Essas leituras foram fundamentais para provocar uma conversa sobre Joël Pommerat, aqui no Brasil, para promover uma aproximação dele com a equipe e entre a própria equipe através dos seus textos que são tão diversos e trazem temáticas tão diferentes”, explica Nadja. Pode-se dizer que, neste momento, a Cia Brasileira de Teatro, originalmente formada por Marcio Abreu, Giovana Soar, Nadja Naira e Ranieri Gonzalez, inclui também Renata Sorrah e Edson Rocha para o mergulho neste trabalho. A equipe se distribui, naturalmente, em outras funções, a exemplo de Nadja que também assina a iluminação, como na maioria dos espetáculos da CBT, e de Giovana que também é diretora e tradutora e, neste projeto, fez a tradução de Cet Enfat. E todos cuidam d’Esta Criança como um rebento nascido de todos. O figurino é de Valéria Stefani, a sonoplastia de Felipe Storino e Fernando Marés é responsável pela concepção de cenografia. A produtora proponente é a Renata Sorrah Produções Artísticas; Faliny Barros está à frente da direção de produção. Esta Criança conta com os patrocínios da Prefeitura do Rio de Janeiro – dentro do programa Fundo de Apoio ao Teatro – FATE, da Secretaria Municipal de Cultura –, do Ministério da Cultura e do Centro Cultural Banco do Brasil.

“Esta Criança” - De 03/11/2012  a 27/1/2013 - Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) - RJ - Quarta a domingo, 19 horas - Ingressos: R$ 6  e R$ 3 - Classificação: 16 anos Duração: 90 min
Informações da Factoria Comunicação a partir de texto de Ana Luiza Accioly Pereira

"Esta Criança" III

Marcio Abreu compreende a escritura de Joël Pommerat indissociável da própria comunicação cênica, quando reflete que “forma e conteúdo se misturam para criar um material estético que estimula a imaginação e a sensibilidade. ‘Esta Criança’ é uma obra essencial, contemporânea. Propõe ao encenador e aos atores uma linguagem precisa e ao mesmo tempo aberta à criação”. Neste sentido, o trabalho da Companhia Brasileira de Teatro aproxima-se da proposta do autor francês, quando este conduz o ator à escuta dentro si mesmo com o objetivo de permitir brotar, neste lugar, a ação real e exata movida pelo conflito. Esse trabalho de extrema concentração encontra seu duplo quando consegue unir atores e público numa mesma vivência, quando agrega à cena a subjetividade e a presença do espectador, já que “o ator no seu momento presente está envolto pelo olhar do outro, o público”, segundo o próprio Pommerat. E é justamente essa “relação com o real” que pode colocar o outro (o público) em um estado propício para revelar-se uma realidade que, talvez, até então, desconhecesse. Para Marcio, “Esta Criança” é uma montagem desafiadora porque exige ser contemplada em amplitude e profundidade, mas com olhar atento à manutenção da simplicidade.

“Esta Criança” - De 03/11/2012  a 27/1/2013 - Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) - RJ - Quarta a domingo, 19 horas - Ingressos: R$ 6  e R$ 3 - Classificação: 16 anos Duração: 90 min
Informações da Factoria Comunicação a partir de texto de Ana Luiza Accioly Pereira

"Esta Criança" II

“Esta Criança” foi escrita sob encomenda, em 2003, para o Instituto de Previdência Familiar da França (CAF). O texto teve sua primeira montagem realizada em Paris, em 2006, e no ano seguinte estreou em Moscou, nas duas ocasiões sob direção do autor. No mesmo ano recebeu o Prêmio de Melhor Texto Teatral em língua francesa. Esta Criança estreia no Brasil com direção de Marcio Abreu, assistência de direção de Nadja Naira e, no palco, além de Renata Sorrah, é apresentado por Giovana Soar, Ranieri Gonzalez e Edson Rocha. Os quatro atores se distribuem, sem protagonismos, entre 22 personagens. “Esta Criança” estrutura-se em 10 cenas curtas e apresenta como tema único, ao mesmo tempo fragmentado em diferentes aspectos de abordagem, a relação entre pais e filhos. Constrangedoras, engraçadas, tristes, estranhas, as situações de morte, nascimento, adoção, abandono, agressão, desabafo, ilustram pontos cruciais e eternos na vida dos personagens sem nome, reconhecidos apenas pelas relações de parentesco que se tornam aparentes no desenvolvimento dos diálogos. Ao escrever sobre Esta Criança para o projeto de captação de recursos para montagem, a jornalista e escritora Bia Corrêa do Lago observa que “Em cada cena, mães, pais e filhos vivem seus dramas em torno desta fonte milenar de felicidade e infelicidade: a família. As ações se passam com a desconfortável naturalidade dos acontecimentos cotidianos”. Renata Sorrah destaca o caráter universal do texto: “Reconheço aquelas mães, aqueles pais, as relações são tão reconhecíveis! “Esta Criança” aponta problemas que as pessoas não resolvem porque se preocupam com outras coisas, porque não enxergam que estes mesmos problemas são a própria vida”.

“Esta Criança” - De 03/11/2012  a 27/1/2013 - Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) - RJ - Quarta a domingo, 19 horas - Ingressos: R$ 6  e R$ 3 - Classificação: 16 anos Duração: 90 min
Informações da Factoria Comunicação a partir de texto de Ana Luiza Accioly Pereira

"Esta Criança" I


Um dos maiores nomes do teatro contemporâneo, Joël Pommerat ganha primeira montagem brasileira pelas mãos de Renata Sorrah e da Cia Brasileira de Teatro. Com estreia marcada para 03 de novembro, no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, o espetáculo Esta Criança tem direção de Marcio Abreu, assistência de direção de Nadja Naira e conta ainda com os atores Giovana Soar, Ranieri Gonzalez e Edson Rocha. A estreia do autor francês no Brasil é uma iniciativa da atriz Renata Sorrah e da Cia Brasileira de Teatro, duas fortes presenças no teatro nacional. Em mais de 40 anos de carreira, impactantes atuações em espetáculos, no cinema e na televisão fizeram de Renata, indiscutivelmente, um dos grandes nomes do teatro brasileiro. Ao lado dela, neste projeto, está a premiada Cia Brasileira de Teatro. Curiosamente, Renata e a CBT têm em comum, entre outras investigações artísticas, a descoberta de dramaturgos contemporâneos, inéditos no Brasil, a exemplos do alemão Botho Strauss (Grande e Pequeno, 1985) e do norueguês Jon Fosse (Um dia, no verão, 2007), trazidos em espetáculos produzidos por Renata Sorrah – que também atuou nas antológicas montagens do alemão Rainer Werner Fassbinder (Afinal... Uma Mulher de Negócios, 1977, e As Lagrimas Amargas de Petra Von Kant, 1982) – e do francês Jean-Luc Lagarce (Apenas o fim do mundo) e do siberiano Ivan Viripaev (Oxigênio), espetáculos dirigidos por Marcio, na Companhia. Há dois anos, Renata e Marcio buscam sintonizar-se em um projeto que os levaria juntos, pela primeira vez, ao palco – não necessariamente procuravam um autor, mas definir, sim, uma ideia. Depois de vários encontros e leituras, descobrem-se em uma feliz coincidência, Joël Pommerat, ao qual, ironicamente, já haviam sido apresentados anos antes, e Esta Criança (Cet Enfant) dá a largada para este encontro inédito. 
“Esta Criança” - De 03/11/2012  a 27/1/2013 - Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) - RJ - Quarta a domingo, 19 horas - Ingressos: R$ 6  e R$ 3 - Classificação: 16 anos Duração: 90 min
Informações da Factoria Comunicação a partir de texto de Ana Luiza Accioly Pereira